terça-feira, novembro 14, 2006

La Habana


Depois de ter escrito sobre o Malecon, nada melhor que deixar aqui uma mostra sobre a cidade que acolheu Eça de Queirós (como consul de Portugal).

Havana (La Habana em castelhano, e como é carinhosamente tratada pelos seus habitantes) é a capital e a maior cidade de Cuba. Tem cerca de 2,4 milhões de habitantes. Cidade de uma rica tradição histórica e cultural, caracteriza-se por ser eclética e monumental ao mesmo tempo.

Sendo a área onde hoje se situa já conhecida por colonizadores espanhóis em 1514, com o nome de Villa de San Cristóbal de la Habana, a sua localização actual, junto ao porto de Carenas, só aconteceu em 1519, ano oficial da fundação.

Chamada a Cidade das Colunas pelo escritor Alejo Carpentier, tem uma área metropolitana de mais de 750 km² e está constituída por numeroso bairros entre os quais se destacam El Vedado, El Cerro, La Víbora, Miramar, Marianao, Santos Suárez entre outros.

No século XVII tornara-se uma das mais importantes cidades da Caraíbas e centro de construção naval. O seu centro histórico contém uma interessante mistura de monumentos barrocos e neoclássicos, bem como um conjunto homogéneo de casas particulares com arcadas, varandas, portões e pátios.

Havana é local de importantes eventos culturais de caráter internacional tais como o Festival de Ballet de Havana, o Festival do Novo Cinema Latino-Americano, O Festival de jazz Jazz Plaza e O Festival Internacional de Guitarra Leo Brower. Cidade natal do poeta e escritor modernista José Martí, é conhecida como a chave do Novo Mundo por sua localização estratégica. Cidade que tem inspirado durante séculos poetas, literatos e músicos e que continua a cativar quem a conhece.

Havana é a cidade que primeiro se estranha mas depois entranha-se, e muito!

sexta-feira, novembro 10, 2006

O Povo Cubano...

Cuba, num ano qualquer durante o governo de Castro...

Uns turistas banham-se numa das praias de Varadero... Água quentíssima e com uma cor azul inesquecível... Um Sol de lusco-fusco, quase a fugir para lá do Oceano, dando uma tonalidade laranja às palmeiras e à areia, que separa a água do hotel luxuoso... O mar encontra-se quase parado, mais lembrando uma piscina infinita, do que o tal Oceano bravio que é este Atlântico...

Um ambiente quase perfeito, não fosse o momento ter sido interrompido por mais um Cubano, que aparece a vender lagosta, charutos, rum ou aquilo que lhe vem parar à mão... Alguns dos turistas, já cansados de tanta impertinência nas suas férias, reagem com algumas expressões de gozo, face a mais uma "abordagem aquática"...

O cubano, vendo o prazer estampado na cara dos turistas, reage com uma enorme serenidade, explicando que não era seu desejo molestar, mas tinha de o fazer para sobreviver... Pela forma como se exprimia, os turistas aperceberam-se que não estavam perante uma pessoa qualquer... A calma que aplicava em cada palavra, a humildade que saía do seu olhar e a sua forte personalidade calaram os turistas, que se limitaram a ouvir...

Os risos e o gozo deram lugar ao silêncio. O Cubano, professor de inglês como profissão oficial, explicava a estes turistas como era sobreviver em Cuba... Exprimia-se em inglês, olhando por cima do ombro de quando em vez, com receio de que a polícia o visse ou ouvisse... Os turistas olhavam e ouviam incrédulos, a descrição do dia-a-dia de um professor de inglês em Cuba... Vender era um acto de sobrevivência, para ele, mas sobretudo para a sua família.

A descrição durou largos minutos... A voz do Cubano parecia agora ecoar no coração dos turistas... Os que antes riam, agora olhavavam-se meio arrependidos... A admiração pelo professor era notável...

O Cubano parou. Era tempo de se ir daquele sítio, pois a polícia podia começar a desconfiar... Entretanto, os turistas tinham já reunido alguns dólares entre eles. Míseras notas, que pouco ou nada representavam no seu país. Entregaram-nos ao Cubano, devidamente camuflados, para que não fossem vistos pela sempre presente polícia...

Os olhos do Cubano, ao ver o conteúdo do seu presente, inundaram-se de lágrimas... Aqueles dólares simbolizavam uma dádiva para muito mais do que uns dias de sobrevivência...

O professor voltou a desaparecer no meio da água, sem quase se dar conta... Os turistas ficaram calados, enquanto contemplavam o mar cubano... Havia muito que o Sol se tinha posto e dado lugar à escuridão da noite... Nunca mais iriam esquecer o Professor...


PS: Quem já falou com um Cubano, quer tenha sido em Cuba ou noutro sítio qualquer, não pode deixar de sentir a personalidade, a vivacidade, a alegria e a cultura acima da média deste povo... Apesar de todas as dificuldades do seu dia-a-dia, eles demonstram uma alegria, um vigor e um orgulho admirável. Um exemplo para mim.

Malecon

Malecon é a Marginal de La Habana.

São cerca de 7km de uma beleza incomparável de construção colonial. Ao logo da sua extensão a arquitectura dos edificios confere uma singularidade a esta marginal e grava na memória de quem a visita uma imagem que jamais se apagará.

Fustigada vezes sem conta por furacões e tempestades, massacrada pelo desgaste de estar junto ao mar, o Malecon está longe de ser uma avenida moderna. Mas tambem nisso reside a particularidade da sua beleza.

Deve ser uma das mais belas e cativantes marginais do mundo! Dá vontade de a percorrer vezes sem conta e admirá-la!

Ver uma imagem do Malecon apenas transmite saudade. Saudade do passado e do futuro que desejo que me leve novamente até lá!

quinta-feira, novembro 09, 2006

The lost city

Um dos grandes filmes de 2006 foi sem duvida o filme Havana: The lost city, de Andy Garcia.

http://www.movienet.com/lostcity.html

Mostra aos criticos do regime cubano que houve motivos muito fortes e uma vontade imensa de todo um povo na implantação de uma nova linha politica em Cuba, aquando da revolução. Não se trata de Comunismo nem Marxismo... Apenas lhe chamam Fidelismo.

Alem de toda a intensidade politica e da mensagem que transmite do antes, durante e pós revolução, a banda sonora está fantástica e transporta os amantes da salsa para as ruas de La Habana.

Quem já teve a felicidade de ir ao grandioso espectaculo do Tropicana poderá ver a casa que lhe deu origem: El Troprico!


Imperdivel!

quarta-feira, novembro 08, 2006

Fidel y Chavez



Apesar de já ter decorrido alguns meses desde o evento, acho que vale a pena rever o encontro entre os dois maiores "anti-imperialistas" da América Latina: Fidel e Chavez.

São quase 8 minutos de pura ideologia revolucionária...

http://www.youtube.com/watch?v=Sm3YQwgjRYs

Enfim... Viva o povo cubano!