O Bafo de Cuba
Não tendo como objectivo ultrapassar ou desvirtuar os objectivos do Blog, hoje decidi escrever sobre outro tema, um pouco menos revolucionário...
Apesar de ter tentado encontrar uma outra expressão, pois o título não me parece muito apelativo e, muito menos romântico, não há outra forma de o chamar: o Bafo de Cuba.
Não me refiro aos ventos que nos últimos dias têm assolado a ilha revolucionária, nem a qualquer problema de mau hálito do Comandante, mas ao bafo que se sente, que se entranha e que inunda o ar da nossa ilha...
Quem lá esteve sabe certamente a que me refiro... O ar quente que nos atinge assim que se transpõe a porta do aeroporto é uma sensação indescritível. Esse ar, que nos parece relembrar constantemente estarmos em território especial, exigente, que requer sempre o nosso respeito... Que nos faz suar desmesuradamente, seja de manhã, tarde ou noite... Esse ar que, misturado com o fumo dos escapes dos carros antiquíssimos de Havana, nos vicia... Esse ar de maresia que nos atinge no Malecon, em Varadero, em Matanzas... Enfim, esse bafo que nos transmite também a sensualidade da ilha...
As palavras não lhe dão o devido valor... O Bafo de Cuba é algo que se entranha e, de vez em quando, nos visita camuflado nas nossas recordações...
Este Bafo faz parte da Revolução... Temo que sem esta, ele também se desvaneça...